Fábio Rodrigues, de São Paulo
No final de agosto, a Cargill se tornou oficialmente a mais nova concorrente do mercado brasileiro de biodiesel. O departamento de marketing da empresa não deixou por menos e cravou o slogan “Estamos Chegando!” para marcar o anúncio.
Embora o mercado já soubesse há mais de um ano que a empresa estava a caminho de entrar no mercado, o aviso oficial fez muita gente engolir em seco ao confrontar-se com a ideia de que, a partir de agora, terá como competidora uma das maiores players globais do multibilionário mercado de commodities agrícolas.
Instalada no município de Três Lagoas (MS), a unidade tem capacidade produtiva de 252 milhões de litros. É a sexta maior do país e recebeu investimentos da ordem de R$ 130 milhões. Um diferencial está na tecnologia: a unidade foi a primeira construída no Brasil com o sistema da alemã Lurgi.
Além de estar bem no meio de umas das principais regiões sojicultoras do país, o município sul-mato-grossense também está bem preparado para disputar uma fatia do mercado consumidor paulista, maior do país. É um dos poucos a ter acesso aos modais ferroviário, hidroviário e rodoviário, um trunfo e tanto agora que o mercado está acomodando um novo modelo de comercialização.
A Cargill não é nenhuma novata no negócio de biodiesel, possuindo usinas na Argentina, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos. Segundo o gerente comercial de biodiesel da companhia, Elcio de Angelis, esse era o elo que estava faltando no portfólio de negócios. “Agora temos a cadeia da soja toda integrada”, afirma.